domingo, 30 de abril de 2017

Sociedade dos meninos gênios - Lev Ac Rosen

Pra início de conversa, se eu precisasse definir esse livro em duas palavras eu diria: feminismo e steampunk! Vamos entender melhor esta definição ao decorrer da resenha?

  Bem, steampunk é um subgênero literário de sci-fi no qual encontramos tecnologia avançada em épocas mais antigas e é justamente o que ocorre aqui. Sociedade dos meninos gênios tem sua trama ambientada na Londres vitoriana e conta a trajetória da jovem Violet Adams que sonha entrar na faculdade de ciências mais prestigiada da Europa, Illyria.

  Mas há um empecilho a isso que é o fato da instituição ser exclusivamente para homens, porém com muita determinação e coragem ela decide perseguir o sonho mesmo assim e se disfarça de menino, assumindo a identidade de seu irmão para ingressar na faculdade; para a manutenção do disfarce ela conta com a ajuda de seu  irmão Ashton Adams e de seu amigo Jack que também irá estudar lá.

      Apesar de sabermos os riscos que a personagem corre se for descoberta, a leveza com que o autor insere o humor nos personagens faz a história correr muito bem e num ritmo maravilhoso. Violet faz tudo isso enquanto seu pai está viajando e procura ter o cuidado de esconder a farsa também da governanta de sua casa, a senhora Wilks, que gostaria que ela seguisse o padrão de "moça prendada" da época. Violet é uma mulher a frente de seu tempo e sua entrada em Illyria vai resultar em uma série de acontecimentos que caracterizam uma aventura de primeira linha.

      Quando a personagem entra em Illyria, a gente consegue enxergar o conservadorismo do ambiente, seus professores excêntricos e o tipo de experimentos científicos feitos lá. Violet acaba fazendo amigos que não fazem ideia de que ela é uma garota, se apaixona pelo Duque Ernest (que seria uma espécie de diretor da faculdade) e torna-se alvo da paixonite da protegida do Duque, Cecily (por quem Jack é apaixonado) além de arrumar um desafeto que assumirá o papel de vilão da trama, Volio, que enxerga o auterego de Violet como rival. Além da relação da personagem com os outros, vamos acompanhar os mistérios que a própria faculdade esconde em seu prédio e os dramas que cada personagem sofre separadamente. Acho sensacional o jeito que o autor faz a gente se apegar aos outros personagens pela descrição de suas histórias, a gente assume empatia e torce mesmo por um desfecho agradável para cada um deles.
      É importante ressaltar que o steampunk entra na obra quando vemos que os alunos de mecânica constroem autômatos e os de biologia fazem transplantes absurdos em animais e conseguem manifestar mutações a ponto de criar por exemplo gatos invisíveis! (literalmente, eles até ficam no porão). Já o feminismo nem preciso dizer que se encontra nas atitudes de Violet e de outras personagens fortes como a governanta de Illyria,Miriam Isaacs, e a própria Cecily.

      Nesse livro a gente encontra várias discussões sobre igualdade de gênero, impacto da ciência na sociedade e preconceito em geral, racial,homofóbico,etc. São discussões importantes e colocadas numa linguagem bastante acessível. Além disso há referências a obra O médico e o Monstro por meio de um dos professores

      O livro foi trazido ao Brasil pela editora Novo Conceito, em um volume gordinho e com detalhes de engrenagens nas folhas. Vou terminando o post com uma das frases do livro:

      "Todos somos mais do que a sociedade diz que somos." 

      

      É isso, espero que tenham gostado da resenha! <3

Resenha por: Joranny :) 
     

domingo, 9 de abril de 2017

O Lar da Senhorita Peregrine para crianças peculiares - Ransom Riggs

   E aí pessoal? Recentemente terminei de ler a série O lar da senhorita Peregrine para crianças peculiares (ufa, que nome gigante!) e estou aqui pra comentar um pouquinho sobre minha experiência de leitura.
   Primeiro um breve resumo: A história é narrada pelo ponto de vista do personagem principal que se chama Jacob Portman, ele nos conta um pouquinho de sua vida pacata e de sua relação com sua família, mais especificamente com seu avô Abraham Portman, desde a infância até sua adolescência.

    Jacob relata que seu avô sempre lhe contara histórias extraordinárias sobre crianças com habilidades especiais e embora ele tenha acreditado nelas quando mais novo, na medida em que foi crescendo passou a considerar tudo que seu avô lhe contava como fantasias.Porém Jacob muda de opinião quando seu avô morre na sua frente e surgem uma série de controvérsias sobre a causa da morte. Jacob presencia um fato sobrenatural e com base nas últimas palavras que seu avô lhe disse antes de morrer, ele embarca em uma jornada em busca de descobrir mais a respeito do avô e de uma suposta explicação para a experiência sobrenatural que teve. No meio dessa jornada, ele se depara então com as crianças peculiares de quem tanto seu avô falava e estabelece com elas uma amizade que mudará o rumo da sua vida para sempre.

    As crianças peculiares que Jacob conhece no início da série vivem em uma fenda temporal. Mas o que é isso? Uma fenda temporal é um lugar onde o mesmo dia se repete várias vezes e no qual as pessoas não envelhecem, os únicos cientes desta repetição são os peculiares para os quais a fenda serve como um abrigo contra os perigos do mundo real, no qual eles provavelmente seriam perseguidos e explorados por seus dons. Dentre os peculiares, existem os corrompidos chamados acólitos e etéreos que são justamente os vilões da trama.
    Uma série que eu achei maravilhosa de acompanhar sem dúvida, devo confessar que eu não simpatizei com o protagonista a princípio mas depois que ele passa a conviver com as outras crianças peculiares, ele evolui bastante como pessoa e é muito legal acompanhar essa evolução. Todos os personagens são muito cativantes e ao longo dos 3 livros a gente vai se afeiçoando cada vez mais a eles. Meus personagens favoritos são Enoch, Emma e Millard. <3
    A narrativa se desenvolve muito bem, com bastante ganchos e ritmo muito legal! O universo de atmosfera sombria que o Ransom Riggs criou me cativou bastante, então pra quem gosta de personagens com dons mais diferentes misturados com viagens no tempo e fotografias maravilhosas que complementam o texto de um jeito incrível, é uma ótima pedida! Aqui estão algumas das fotografias que estão nos livros:


Althea, os gêmeos Joel e Peter e a jumirafa Deirdre.
 
 
Millard em frente a um espelho.

 
Capas dos 3 livros da série!

Algumas inferências que tive da obra (COM SPOILERS):
     Acho que uma das principais mensagens que o livro nos traz é que devemos valorizar as diferenças, aceitando-as como algo especial que faz de nós o que somos. O poder do personagem principal também nos remete ao poder que as palavras podem ter, a velha referência a mensagem de que é sempre melhor conversar com o adversário do que brigar! Fora isso, há muitas outras cenas em que os personagens conseguem sair de enrascadas lendo o livro Contos Peculiares, então a gente percebe que realmente os livros sempre nos levam por novos caminhos não é mesmo? 
   Há discussões sobre o conceito de maldade e limite na ambição humana. A gente percebe que diferente dos outros livros de fantasia onde o vilão evolui para um monstro, os etéreos que são seres humanoides disformes ao evoluir adquirem a forma de acólitos que são perfeitamente humanos com exceção dos olhos que são brancos. A gente percebe que os verdadeiros monstros se parecem muito mais com os humanos e que a ambição exacerbada cega! Também percebi uma certa semelhança entre as crianças peculiares e os meninos perdidos de Peter pan.
    É uma série incrível que eu realmente gostaria que tivesse mais um livro pra nos contar o que aconteceu de fato com a personagem Fiona, se os peculiares se tornarão extintos após a destruição de Abaton e descrevesse de fato como ficou a vida de Jacob após aquele final super aberto. Hahaha

Bem é isso gente, espero que tenham gostado da resenha e que queiram ter contato com a leitura desses livros que me fizeram ficar pensando na teoria das fendas temporais até agora! Super recomendo!
Até mais!
Resenha por: Joranny :)

Série: Elementary First Season

Hi pessoal. Hoje eu vou resenhar sobre uma série. Se não me engano ela já está na sua quinta temporada, mas vamos com calma que eu estou um pouco desatualizada no mundo das series. 

Elementary é uma versão norte-americana do personagem Sherlock Holmes criado pelo medico e escritor Arthur Conan Doyle. É uma versão bem diferente da série britânica da BBC, Sherlock, onde temos o mesmo personagem como personagem principal, mas com diferentes personalidades. 

Elementary não nos apresenta a Cidade de Londres ou alguma outra da Inglaterra, agora o enredo acontece no movimentado estado de Nova York. Sherlock ainda continua britânico, mas apos um período difícil de sua vida, ele passa a residir nos Estados Unidos. 

No inicio da serie não sabemos muito sobre seu passado ou seus traumas que aconteceram em Londres. Sherlock é nos apresentado com ex-usuário de drogas, que foi "internado" em uma casa de reabilitação e que agora sai para a vida normal. Seu pai, super rico e ausente, contrata uma "acompanhante da sobriedade", é aí que conhecemos a Watson. 

Isso mesmo A Watson. Confesso que a principio também achei estranho o fato do personagem Watson ser representado por uma mulher, mas acho que tudo novo causa um certo tipo de estranhamento. Com o passar dos episódios eu super amei a ideia (quem sabe não tem um romance depois? Mas acho que já é pedir demais haha)

A Dr. Joan Watson (representada pela atriz norte-americana Lucy Liu, filha de imigrantes chineses), como citado lá encima, foi contratada pelo pai de Sherlock para ser sua acompanhante da sobriedade. Desempenhando essa função, ela passa a morar na mesma casa de Sherlock e acompanhá-lo em suas aventuras como detetive consultor. Ela era uma médica antes de se tornar "acompanhante da sobriedade", mais especificamente uma cirurgiã, mas um erro que custou a vida de seu paciente fez ela largar a medicina (ela meio que ficou traumatizada). No desenvolver da serie ela acaba se aperfeiçoando com o trabalho de detetive e passa a ser a parceira de Sherlock. 

Outro personagem marcante é Irene Adler, o grande amor de Sherlock, que fez ele se entregar literalmente as drogas quando achou que ela tinha sido assassinada. Lá pelo final da serie temos grandes revelações sobre a misteriosa Irena Adler, mas não vou contar senão perde a graça. 

Elementary é uma ótima serie para quem gosta do estilo Investigação Policial. O único ponto critico é o numero de episódios: são 23/24 no total e o enredo fica um pouco cansativo (um caso por episodio). Mas é acompanhando essa serie do inicio ao fim é que começamos a nos apaixonar pelos personagens.  

E vocês, já assistiram essa serie? Deixem um comentário e sigam o blog S2. Logo mais vai ter resenha de Dr Who (1ª temporada), Beyond e Lúcifer. Acompanhe. 

Beijo da Mila, see you!