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Foto ilustrativa retirada da internet. Foi a edição que eu li, feita pela editora Record |
Há muito tempo, eu tava com vontade de ler essa obra, porque em quase todas as listas de melhores livros que eu vejo, ela sempre tá lá. Até que um dia, eu conheci a banda Francisco, El hombre, e eles sempre dizem que o nome da banda, foi inspirado em um personagem desse livro chamado Francisco, o Homem; que era um viajante que sempre voltava para Macondo, com novas canções e recados de pessoas distantes, inseridas nessas canções; então a partir desse momento, sim minha gente, eu tinha que conhecer a obra Cem Anos de Solidão.
Gabriel Garcia Márquez é um escritor esplêndido, porque em várias de suas obras, ele consegue deixar o leitor envolvido com a história
do inicio ao fim, por meio de uma linguagem envolvente e descritiva, que te
deixa impressionado, no caso desse livro, em como pôde acontecer uma chuva de
flores amarelas no enterro de José Arcádio Buendía? Ou como Remédios, a bela,
simplesmente levitou e saiu pela janela, como se fosse um anjo? Ou como uma criança
pode nascer com rabo de porco, ou uma vaca parir trigêmeas? Gabo, torna todas
essas coisas reais e palpáveis ao leitor. Ele nos insere em uma realidade
fantástica em que não nos deixa outra saída a não ser ler até o fim.
Mas desde já adianto, é preciso concentração e esforço,
para encontrar as nuances da história. Pois esse livro, vai te exigir tempo,
afinal, ele te deixará em contato com 7 gerações de uma família, fazendo com que
você sinta as sensações e emoções das personagens, te colocando em cada
romance, cada situação tenebrosa e angustiante, e te informando sobre cada
personagem; ao leitor desatento, é uma tortura os nomes iguais entre essas
gerações, mas isso nos faz crer que houve o propósito de dar ciclicidade as
histórias dos integrantes da família Buendia, em que são passadas situações,
instintos, características de personalidade, entre outras coisas. Lançado em
1967, é hoje, considerado uma das maiores obras da literatura latino-americana.
Sem duvida, depois de Úrsula Iguarán – mulher forte e
matriarca da família, que permanece durante todas as gerações, com força e
coragem para intervir nos momentos mais difíceis da história; minha personagem
preferida é Remédios, a bela, que chama a atenção por sua beleza inexprimível,
mas que não se importa nem um pouco, em decorrência disso, o povoado supõe que
ela tem um perfume que atrai os homens para a morte (mas na verdade, ela só
rejeita eles e parece se bastar consigo mesma). Segue abaixo um trecho que mostra bem isso:
“[...] Um dia,
quando começava a se banhar, um forasteiro levantou uma telha do teto e ficou
sem respiração diante do tremendo espetáculo de sua nudez. Ela viu os olhos
aflitos através das telhas quebradas e não teve reação de vergonha, mas sim de
preocupação.
__Cuidado –
exclamou. – Você vai cair.
__Só quero ver você -- murmurou o forasteiro.
__ Ah, bem - ela
disse. – Mas tenha cuidado que essas telhas estão podres.
[...]
__ Deixe-me
ensaboá-la -- murmurou.
__ Agradeço a sua
boa intenção – disse ela – mas posso perfeitamente fazê-lo sozinha com as
minhas duas mãos.
[...]
Depois, enquanto se
enxugava, o forasteiro implorou com os olhos cheios de lágrimas que se casasse
com ele. Ela lhe respondeu sinceramente que nunca se casaria com um homem tão
bobo que perdia quase uma hora, e até ficava sem almoçar, só para ver uma
mulher tomar banho.”
Em meados do livro, Gabo sempre insere referencias as
ditaduras sofridas pela América Latina através do personagem coronel Aureliano
Buendia que participou de 32 revoltas e perdeu todas, umas dessas referencias é evidente
de forma forte, clara e profunda, no trecho seguinte:
“[...] Para o
Coronel Aureliano Buendia foi o máximo da expiação. Encontrou-se de repente
padecendo da mesma indignação que sentira na juventude, diante do cadáver da
mulher que fora morta a pauladas porque tinha sido mordida por um cão raivoso.
Olhou para os grupos de curiosos que estavam na frente de casa e, com a sua
antiga voz trovejante, restaurada por um profundo desprezo por ele mesmo,
jogou-lhes em cima o peso do ódio que já não podia mais suportar no coração.
__ Um dia destes --
gritou -- vou armar os meus rapazes para acabar com estes ianques de merda!
Ao correr da semana,
em diferentes lugares do litoral, os seus dezessete filhos foram caçados como
coelhos por criminosos invisíveis que apontaram bem no centro nas suas cruzes
de cinza. [..]”
Enfim gente, é uma leitura que vale muito a pena e que realmente, como muitos dizem, pode mudar o seu modo de olhar para as coisas - assim como mudou o meu!
Então é isso, vejo vocês na próxima! (deixem um feedback nos comentários para sabermos como estamos indo com as nossas resenhas^^)
Ps. Segue um video realizado pela tvfolha para ajudar você a não se perder pelas gerações de Buendias. ;)
Por Victória
Amei a resenha! :3
ResponderExcluirQue bom! Obrigada ;)
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