Sinopse: "David Martín nasceu em Barcelona, no primeiro ano do século XX, e logo começou a tomar golpes da vida. Seu pai, segurança do Jornal La Voz de la Industria, morreu assassinado na porta da redação quando David era criança. O jeito para a escrita logo se manifestou, mas as oportunidades nunca estiveram à altura do potencial do rapaz.
Aos 28 anos, cínico, habituado a vender barato seu talento, vivendo sozinho num lúgubre casarão em ruínas, David se descobre doente. Tem poucos meses pela frente. É quando surge em sua vida Andreas Corelli, um estrangeiro que se diz editor de livros. Sua origem é um mistério, mas sua fala é mansa e sedutora. Ele promete a David muito dinheiro, e sua proximidade parece, de forma inexplicável, devolver a saúde ao escritor.
Em troca, Corelli não pede pouco: sua encomenda é um livro com potencial de influenciar milhões de vidas. O dilema de David, ao questionar os motivos do soturno editor, é saber se o custo de seu trabalho não será muito maior do que ele imagina"
Bem, eu sei que, para começar, O Jogo do Anjo não é um livro recente, já foi lançado faz alguns aninhos e, sim, a resenha está meio atrasada. Contudo, isso não é motivo de preocupação, pois um bom livro nunca se perde no tempo e deveria ser lido em qualquer momento da história.
Essa resenha é para aqueles que, assim como eu, só tiveram a oportunidade de ler ou só se depararam com uma das obras de Zafón recentemente.
Bem, o livro é dividido em três
atos e um epilogo. [Por onde começar...] Em geral, se você espera se emocionar,
rir, chorar, as vezes até sofrer e ficar com o coração apertado acompanhando o
protagonista David Martín em seus caminhos ao longo da vida, esse é o livro
certo. Admito que, a princípio, lendo a sinopse, não achei que esse livro fosse
me encantar tanto. Então, se você também tem um pouquinho de dúvida, pode
começar a ler, não vai se arrepender.
O Primeiro Ato – A cidade dos
Malditos – nos mostra Martín ainda jovem e inexperiente, sofrendo suas
desilusões e, literalmente, apanhando da vida. Conhecemos logo nas primeiras
páginas Dom Basilio Moragas e Dom Pedro Vidal, personagens que irão acompanhar
o protagonista em toda sua trajetória neste primeiro momento.
Dom Pedro Vidal era o benfeitor
de Martín, sempre presente na sua vida, o ajudando a superar as dificuldades
após a morte de seu pai. Martín o via como uma alma generosa no mundo,
argumento dado ao fato de nunca saber o verdadeiro motivo da “preocupação” que Vidal
tinha com ele. Ainda no Primeiro Ato é revelado que Vidal tem um sentimento de
culpa, já que o assassinato do pai de Martín se tratou de puro engano, pois
tudo não se tratava de uma emboscada destinada a Vidal.
Temos Cristina, o grande amor de
Martín, mas que acaba se casando com Vidal, argumentando que tanto ela quanto
Martín têm uma dívida eterna com o benfeitor. Não posso dizer muita coisa sobre
ela, aliás é um personagem que não me chamou muita atenção.
Temos o primeiro contanto com
Andreas Corelli, um editor misterioso de Paris, na qual tem um interesse enorme
no protagonista. A grande trama de mistério do livro está relacionada a esse
personagem que ganha mais destaque no segundo e terceiro ato, momento no qual
Martín passa a trabalhar em uma obra sob encomenda para o editor.
No Segundo Ato – Lux Aeterna – é
o momento em que a história fica, não sei nem encontrar a palavra certa,
“eletrizante”. Aqui é onde o mistério e o suspense ganham totalmente destaque e
fazem o leitor devorar páginas avidamente. Bem, e quando descansamos do
mistério e, ufa, damos uma pausa para o coração parar de desacelerar, nos
deparamos com diálogos que fazem as lagrimas brotarem de tanto rir.
Aqui encontramos uma nova
personagem: Isabella que, para confessar, está entrando para a lista de melhor
personagem que conheci em toda minha vida. Engraçada, inteligente, esperta, com
uma pitada de ironia e sarcasmo, mas com um coração do tamanho do mundo. Ela é
responsável pela maior parte do humor da história.
A parte do mistério não irei
comentar, pois tem coisas que não podem ser ditas em uma resenha, só lendo o
livro mesmo. Trabalho que deixo para vocês leitores.
A última coisa que irei revelar
do Segundo Ato, é que Martín após investigar o antigo proprietário da casa onde
reside, Diego Marlasca, resolve cortar relações com Corelli e fugir para Paris
com Cristina, isso mesmo, aquela que se casou com Vidal. Mas as coisas não dão
lá muito certo e Cristina acaba desaparecendo.
O Terceiro Ato – O Jogo do Anjo –
já começa trazendo uma onda de tristeza. Na realidade, o terceiro Ato, como um
todo, é uma tristeza sem fim. Logo nas primeiras páginas nos deparamos com a
morte do Sr. Sempere, um personagem que não mencionei, mas que está presente em
todo o livro e é como se fosse o segundo pai de Martín.
Depois, Martín resolve ir atrás
de Cristina em um sanatório. Está certo que não me simpatizei muito com ela,
mas esses capítulos foram tensos e Cristina acaba morrendo. Pedro Vidal, o
benfeitor de Martín, acaba se suicidando. Temos também uma perseguição policial
atrás do personagem principal e, por fim, um incêndio na casa da Torre causada
por Diego Marlasca.
David Martín acaba o livro indo
embora de Barcelona. Após isso, inicia-se um epilogo, 15 anos após sua ida. Nele
vemos o relato que Martin não envelheceu nem um pouquinho e vive a vida como um
nômade, sem se apegar a ninguém ou a lugar algum. Por fim, resolve comprar uma
casa simples de frente para o mar.
E... Bem, estou dando muito spoiler! Só posso dizer que tem algo surpreendente, diria eu, no final. Mas, eu deixo esse gostinho de surpresa para vocês.
No geral, é um ótimo livro. Acompanhamos os passos de David Martín desde o inicio de sua vida, passando pela infância, a perda do pai, quando seu coração foi quebrado em mil pedaços por causa da Cristina, pelas desilusões que a literatura lhe trouxe e pelos poucos, mas grandes amigos, que sempre o acompanharam e deram força para que superasse seus desafios.
A unica decepção que tive foi relacionado ao personagem Andreas Corelli. Afinal, quem era ele? Um deus? Um demônio? Um ente sobrenatural?
A escrita de Zafón é perfeita. Tudo bem descrito, principalmente as partes de suspense. Ele cria personagens que tem vida, não é só um herói perfeito que vem para salvar o mundo, é um ser "real" que tem qualidades e defeitos como qualquer ser humano. Tenho certeza que, a partir de hoje, Carlos Ruiz Zafón e seus personagens David Martín e Isabella Gispert estarão sempre em minhas lembranças e, se possível, em parte de minha alma.
E... Bem, estou dando muito spoiler! Só posso dizer que tem algo surpreendente, diria eu, no final. Mas, eu deixo esse gostinho de surpresa para vocês.
No geral, é um ótimo livro. Acompanhamos os passos de David Martín desde o inicio de sua vida, passando pela infância, a perda do pai, quando seu coração foi quebrado em mil pedaços por causa da Cristina, pelas desilusões que a literatura lhe trouxe e pelos poucos, mas grandes amigos, que sempre o acompanharam e deram força para que superasse seus desafios.
A unica decepção que tive foi relacionado ao personagem Andreas Corelli. Afinal, quem era ele? Um deus? Um demônio? Um ente sobrenatural?
A escrita de Zafón é perfeita. Tudo bem descrito, principalmente as partes de suspense. Ele cria personagens que tem vida, não é só um herói perfeito que vem para salvar o mundo, é um ser "real" que tem qualidades e defeitos como qualquer ser humano. Tenho certeza que, a partir de hoje, Carlos Ruiz Zafón e seus personagens David Martín e Isabella Gispert estarão sempre em minhas lembranças e, se possível, em parte de minha alma.
Termino o resenha com um trecho do livro: "Acreditava que Deus, ou o que quer que seja que nos trouxe para esse mundo, vivia em cada uma de nossas ações, em cada uma de nossas palavras e se manifestava em tudo o que nos fazia ser algo além de simples figuras de barro. O sr. Sempere acreditava que Deus vivia um pouco, ou muito, nos livros e por isso dedicou a vida a partilhá-los, a protegê-los e a garantir que suas páginas, como nossas lembranças e nossos desejos, não se perdessem jamais, pois acreditava, e me fez acreditar também, que, enquanto restar uma só pessoa no mundo capaz de lê-los e vivê-los, haverá um pedaço de Deus ou de vida."
Nota: 4,5/5,0
Bem leitores, essa foi minha
primeira resenha! Espero que tenham gostado.
Papo Geek: Camila =P
Papo Geek: Camila =P
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